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Exposição de Pintura "Tejo em Cursos"

Biblioteca Municipal da Póvoa de Santa Iria

TEJO EM CURSOS


SOBRE O AUTOR

Nasceu em 1981, original da Carapinheira, pequena localidade junto à Vila de Mafra.

Curso de Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2004.

 

Exposições Individuais (Seleção)

“DulciaquÍcolas” Junta de Turismo de Cascais (2022)

"Da Memória à Fotografia”; Escola Prática de Infantaria; Palácio Nacional de Mafra (2012).; “Mistérios”; Casa da Cultura D. Pedro V, Mafra (2002)

 “Paisagens Oníricas”; Instituto Português da Juventude; Parque Expo. Lisboa (2000)

 

Participação em várias exposições coletivas (Seleção)

Prémio de Pintura Abel Manta; Coletiva de Artes Plásticas, Centro de Exposições de Odivelas; Coletiva de Artes Plásticas Museu de Artes de Sintra; Bienal Prémio Vespeira, do Montijo; Bienal de Pintura e Escultura Artur Bual da Amadora; Bienal Internacional da Madeira; Centro Português de Gravura; Prémio de Pintura e Escultura D. Fernando II, Sintra; Salão Primavera do Casino Estoril; Coletiva de Pintura Quinta das Lágrimas, Coimbra; Coletiva de Pintura Galeria Belo-Belo; Coletiva de Artes Plásticas Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, Ericeira

 

Prémios e Menções Honrosas

2024 - Menção Honrosa no Concurso MértolArte; Mértola

2011 - Menção Honrosa no Concurso de Pintura “I Prémio de Pintura de Arruda dos Vinhos”; Arruda dos Vinhos;

2010 - Vencedor do concurso de Pintura Henrique Pousão, Vila Viçosa;

2009 – Menção Honrosa no Concurso Galeria Aberta – Museu Jorge Vieira, Beja;

 2007 - Menção Honrosa no concurso MertolArte, Mértola


SOBRE A OBRA

O Rio Tejo, que serpenteia por terras antigas, é um cântico silencioso que ecoa na alma da terra. Seus braços se estendem, sinuosos, abraçando as margens com uma ternura que só os rios sabem oferecer. Ele carrega consigo a história de muitas vidas – de povos que o veneraram, civilizações que nele se fixaram, de barcos que cruzaram suas águas, de pescadores que dele tiraram o sustento.

O Tejo não é apenas um curso de água; ele é um fio de vida que alimenta a terra e a fauna ao longo de sua jornada. Ele é testemunha silenciosa da beleza dos campos, das cidades que se erguem à sua beira e das marés que o abraçam até ao Mar de Palha, com o vai e vem das estações. Mas, como muitos outros rios, ele também tem sido vítima de um descuido cruel. O seu corpo, uma vez claro e cristalino, carrega agora os vestígios da poluição, da indústria e dos nossos erros coletivos. A sua alma, que deveria ser pura como o espelho da natureza, reflete o que fizemos com o mundo.

Ao olhar para o Tejo, é impossível não pensar na fragilidade da vida. Suas águas, que ao longo de séculos serviram de fonte para a vegetação exuberante e para a fauna que nela encontrou abrigo, estão agora sobrecarregadas pelas nossas ações. Alguns plásticos flutuam em suas águas, muitos resultantes dos trabalhos agrícolas, a terra que se acumula nos seus leitos, as margens que são invadidas por apontamentos de esgotos, os desvios incautos e exagerados para regadio e represas, afetando todas as espécies da rica fauna e flora existentes no rio, são lembretes dolorosos de que a terra chora quando a desconsideramos.

As pinturas de Pedro Ramos procuram mostrar a beleza das águas e das margens do rio através da exploração da luz e dos reflexos, jogos subtis de sombras que preenchem afortunadamente os espelhos de água, e são resultado das sinuosidades ondulantes da vegetação circundante. Transmitem uma suspensão do tempo, que nos conduz à contemplação de um Tejo, como o coração da terra, que ainda bate em silêncio, aguardando o momento em que a humanidade despertará para a beleza da natureza e para a urgência de proteger os rios, os pulmões e os rios da nossa casa comum. São imagens suspensas que pretendem sensibilizar para a perpetuação da defesa do rio.

Assim, o Tejo permanece, como um rio de esperança, esperando que entendamos que, ao cuidar dele, estamos cuidando de nós mesmos. Pois o Tejo, com sua força silenciosa, é um lembrete de que somos todos partes da mesma corrente, fluindo juntos no mesmo destino.


 Para o público em geral | Piso 1


De 27 de setembro a 19 de dezembro


Entrada gratuita